sexta-feira, 30 de julho de 2010

Serra Algarvia

Em pleno verão, quando abundam as grades e os robalos grandes escasseiam, nada melhor que ir tentar a sorte para águas interiores. Assim sendo, combinei com uns amigos e lá fomos explorar essa serra Algarvia, seguíamos cada placa que dizia “barragem a x metros” e ao fim de umas 4 barragens e muitos quilómetros percorridos, lá demos com eles.
Comecei a pescar com um lagarto “made in china” montado à Texas e a pouco e pouco eles lá iam aparecendo, tudo peixe pequeno mas o importante era ir esticando a linha.
Entretanto o sol começa-se a pôr e começo a notar alguns ataques á superfície, monto um poper e logo no primeiro lançamento ferro mais um pequenote.
Continuo a insistir, vejo uma estrutura e tento confirmar a teoria, lá estava o “pai”, um ataque brutal e o carreto a cantar.
Aqui fica a foto para mais tarde recordar, acusou 0,93kg e como todos os outros foi devolvido são e salvo!





Um abraço e bons releases

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Amuleto da sorte

Como combinado, eram quatro horas quando me encontrei com o bruno, dirigimo-nos para o pesqueiro e por volta das cinco estávamos a lançar amostras.

Fazia-se sentir algum vento que, para além de ser demasiado frio para a época, não favorecia os lançamentos longos, no entanto, íamos insistindo e ainda antes do sol nascer o bruno consegue tirar uns bons exemplares.

Artificiais e mais artificiais, das mais variadas cores, modelos, formas e feitios iam sendo lançados e recuperados, consoante aquele “feeling” que na maior parte das vezes não nos leva a lado nenhum..

O sol elevava-se agora, o dia começava a aquecer, o tempo começava a esgotar-se e a palavra “grade” ecoava na minha cabeça.

Já sem grande esperança, digo ao Bruno que vou voltar para trás, “gasto o meu ultimo feeling” e meto a amostra da fé.

Vou lançando á medida que me desloco, e numa altura em que estava distraído a pensar sabe-se lá no quê, amuletos e coisas… talvez, sinto a linha esticar repentinamente, o carreto começa a cantar aquela musica que só ele sabe e que há muito eu não ouvia.

Vou fechando o drag, no entanto a linha insistia em sair enquanto o peixe afundava na direcção das pedras. Uma decisão tinha de ser tomada e rapidamente. Fecho o drag quase todo e começo a puxar por ele, material e nós a serem postos à prova, afinal de contas, é para situações como esta que devemos andar sempre bem preparados.

Agora cada um puxava para seu lado naquela luta desigual em que muito pode acontecer, mas não tardou até ele chegar a superfície.

O Bruno diz-me, “É um bom peixe!”, eu confirmo e reparo que está mal ferrado, desço rapidamente até junto á agua, agarro-o com firmeza e acabam-se os nervos.

O meu sorriso não escondia agora aquela felicidade… de uma boa captura.

Depois de dois meses em que as saídas de pesca foram raras, algumas grades e alguns exemplares de pequenos porte capturados, eis que capturei um tão procurado exemplar digno de registo.




Um abraço,
Artur Rodrigues

quinta-feira, 1 de abril de 2010

A falsa mentira

O sono tardava em aparecer, as horas iam passando e as deslocações, quarto-cozinha, cozinha-quarto começavam a tornar-se repetitivas.
Quando dou por mim, já a lua ia bem alta.. “Já não me vou deitar, se não mais logo já sei como é.”

Continuo a navegar pela net, um link “puxa” outro e de repente toca o despertador. Ligo o telemóvel e tenho uma mensagem do Ricardo: “Put preciso de descansar, logo vamos amanha. Abraço”

Como também é bom passar um tempo sozinho junto ao mar, arrumei o material e fiz-me ao caminho.
Cheguei ainda de noite. Com a mudança da hora e alguns dias sem acordar cedo, perdi a noção da hora a que o dia começava a clarear, no entanto, a lua, que já começava a baixar, ainda iluminava a praia.

A leve brisa norte que se fazia sentir e a ausência de ondulação completavam o que parecia uma paisagem algo paradisíaca. Monto o material e começam os lançamentos, uso várias amostras com vários tipos de recuperação, nada.

O dia começava agora a clarear, desloco-me na direcção das pedras, vou até a sua extremidade, sempre a insistir.

Era inútil, já havia usado todas as amostras da caixa e o sol já se elevava á algum tempo, não havia peixe ali.

Já quase a dar por terminada a sessão, recordo uma dica sobre umas zagaias. Por acaso não tenho nenhuma, mas comprara á tempos uma colher baratinha numa dessas grandes superfícies para experimentar, que por acaso ia na bolsinha pequena da mala.

Monto-a e faço um lançamento, sai disparada e perco-a de vista no horizonte, deixo afunda-la e começo a trabalha-la junto ao fundo.

Os lançamentos sucedem-se e passado algum tempo, com o sono a começar a aparecer e sem saber já o que andava ali a fazer, quase a tirar a colher de dentro de água vejo um dorso negro a vir disparado do fundo.

Não chegara a tempo, e tão rápido apareceu como desapareceu.

Desperto! Rapidamente faço um lançamento curto, dou uns toques de ponteira e ai está a cana vergada e o stradic a cantar..




NBS Master Class 3.00 / Stradic 3000 / Colher (nem sei a marca)

70cm / 3.800kg

Este é dedicado á “Tejo´s Team”

Um abraço

sábado, 27 de março de 2010

Sessenta

Finalmente estiveram reunidas algumas condições para poder ir fazer uma pescaria. Combinei com o Bruno e bem cedo antes do sol nascer fomos até ao pesqueiro.

Passeantes, popers e jerkbaits, mas o peixe não queria aparecer até que montámos uns vinis e lá surgiu o primeiro ataque.

Deu uma luta espectacular, das melhores mesmo, que me puseram aquele sorriso parvo na cara.

Comecei logo a picar o bruno mas não tardou muito até ver a ponteira dele dobrada, lá estava ele já a “trabalhar” também um peixe.

Passado pouco tempo demos a pesca por terminada.Nada como começar o dia a safar a grade na companhia dos amigos.



Shimano dropshot 2.70 / Stradic 3000 / vinis vários.

2,800kg / 66cm

Um abraço e boas pescas

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

adn

No passado fim-de-semana desloquei-me até à capital para visitar a família, aproveitei, e acabei por levar o material de spinning.
Devido á falta de acesso á internet acabei por apenas conseguir entrar em contacto com o Miguel, e apesar do mau tempo que se fez sentir ainda deu para fazer uma pescaria improvisada.
O mar estava grande e tivemos de nos virar para o Tejo.
Ao chegarmos ao ponto de encontro já o Miguel, o Francisco e o Jorge nos esperavam, a mim e ao Ricardo.
Lá fomos todos atrás do local e depois de algumas peripécias chegamos ao spot.
O Miguel e o Jorge ficaram para trás, montaram uns passeantes e começaram logo a pescar enquanto eu, o Francisco e o Ricardo continuamos a andar e acabamos por nos dedicar aos vinis.
Passado pouco tempo o Francisco apercebe-se que o pessoal já estava a apanhar peixe no outro lado e começamos a recuar.
Quando chegámos ao pé deles já o Jorge tinha feito dois bons peixes de 1kg e tal, que pelo relatado, lhe proporcionaram uns bons momentos, daqueles bem conhecidos por quem pesca á superfície.



Toca de montar os passeantes e começar a lançar para aproveitar aquele momento em que o peixe se encontrava activo.
Entretanto o céu começa a clarear e o peixe começa a atacar menos à superfície, é hora de montar uns jerkbaits. Começo com as da fé mas nada! Até que monto uma amostra com cores mais vivas e quando venho a recupera-la lentamente apenas com toques de ponteira já quase aos meus pés vejo um Robalo de bom porte a atacar a amostra e… falha! E mais dois toques de ponteira e… falha! Deu-me logo aquele arrepio na espinha mas não me pronunciei.
Recolho rapidamente e lanço a amostra na mesma direcção apenas uma meia dúzia de metros e começo a recuperar lentamente… zzzzzzz zzzzzzz, ferro imediatamente o peixe e começo a trabalha-lo, ainda fez o carreto cantar mais umas quantas vezes e vergar a dropshot. Passado pouco tempo já o Miguel o tinha agarrado com o grip, 2kg e pouco.



A minha pesca estava feita e era um bom dia para o Ricardo se estrear, pego na minha cana com a amostra e empresto-lhe. Passado algum tempo já estava ele todo aflito a tentar puxar um peixe enquanto quatro vozes diziam, “calma, calma! Levanta a cana!”



E pronto, mais um viciado!
Continuámos a pescar e ainda deu tempo para o Miguel ferrar um peixe que deu uma luta engraçada mas que já quase em segurança acabou por se desferrar e voltar para casa sem sorrir para a foto.
O Francisco bem se esforçou até ao último minuto, mas acabou por não conseguir esticar a linha, valeu o treino. Ai quando a água aquecer!
Estava assim terminada a jornada, foi uma pescaria bastante divertida e didáctica, em que todos partilhamos e aprendemos qualquer coisa.

A team



Obrigado pessoal pelos bons momentos!
Parabéns Ricardo! Só custa é o primeiro.

Aqui fica um dos releases..



Um abraço e bons releases

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Estava difícil!

Entre tantos trabalhos, projectos e exames estava difícil ir ao mar fazer uns lançamentos.
Depois de mais uma directa e consequente conclusão de um trabalho lá fiquei mais folgado e tive tempo de ir lançar umas amostras.
Despachei-me já meio ensonado mas a vontade de ir ver o mar era mais forte e antes do sol nascer já me encontrava no pesqueiro.
Após um ano somente dedicado a esta técnica, comecei a tentar estabelecer padrões de forma a tentar “adivinhar” os dias em que o peixe lá anda, e hoje era um desses dias em que estavam reunidas as condições para o pesqueiro onde me encontrava, a fé era muita.
Começo então a fazer lançamentos: direita, esquerda, meio, direita, esquerda, meio… (não gosto de bater o pesqueiro de uma ponta para a outra, manias!) sempre com a amostra da fé, a que me deu o meu ultimo peixe.
Passados poucos lançamentos dá se um ataque, tento ferrar o peixe mas não consigo, valente, “venceu” e cada um tem o que merece.
Continuo a lançar aleatoriamente para cada lado e onde via as tainhas a “bater” e ás tantas sinto outro puxão na amostra bastante energético, desta vez consigo ferra-lo, fazia uma grande resistência, parecia um bom peixe mas passados poucos segundos estava em terra. Vinha ferrado de lado.
Media á volta de 36cm e como é óbvio depois de posar para a foto foi devolvido ao seu habitat natural.
Insisti mais um bocado mas não senti mais nada..
O cansaço era agora notável e já tinha a minha primeira captura de 2010, já só pensava numa coisa, dormir.




Ficha técnica:
Cana: NBS master class 3m
Carreto: Stradic 5000
Linhas: Whiplash 0,15
Amostra: flashminnow


Um abraço e boas pescarias

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Uma pescaria, uma lição, um recorde!

Seis da manhã toca o despertador. “Vou, não vou, vou, não vou…” levanto-me, vou à janela. O céu meio coberto começava a clarear no horizonte, o vento era nulo, as condições pareciam ser boas… “bem, a casa é que eles não vêm ter!”

Visto-me e pego no material que ficara preparado de véspera, num quarto de hora ponho-me no pesqueiro. O mar estava calmo e a água apresentava-se lusa esverdeada.

Começo com uma sammy, uma das minhas amostras favoritas que já me deu algumas alegrias. Uma dúzia de lançamentos, recuperações mais rápidas, mais lentas, com pausas, sem pausas…nada, “não estão a caçar à superfície ou se calhar nem cá estão”.

Troco de amostra: flashminnow. 1º Lançamento, recuperação lenta e linear sem pausas, dá-se um ataque bastante energético mas com pouca luta, recupero de seguida. Era um robalote um pouco maior que a amostra que foi imediatamente devolvido.

“Bem já deu para esticar a linha, e afinal estão por cá”. Continuo a lançar e a recuperar sempre da mesma maneira, mais meia dúzia de lançamentos e outro ataque, desta vez bem mais forte, regulo o drag, trabalho o peixe e ponho-o a seco, 1,2kg, “este vai comigo”.

Continuo a pescar e ao fim de mais alguns lançamentos ferro outro peixe, desta vez o carreto a cantar, era um bom peixe certamente, regulo o drag e começo a trabalha-lo, uma luta que nunca antes tinha sentido, apodera-se de mim um misto de felicidade e nervosismo, passado pouco tempo ponho-o a seco, era certamente o meu recorde, peixe para 3kg.

Feliz da vida desprendo o peixe da amostra, coloco-o num saco e a algum custo na mochila, não corro os fechos até ao fim, ficando género de uma bolsa aberta por cima. “A tua pesca está feita vamos embora”, mas como ainda era cedo continuo a pescar.

Lançamento aqui lançamento ali e SPLASH!!! Algo cai na água mesmo nas minhas costas e sinto a mochila mais leve. Não podia acreditar, não, aquilo não me estava a acontecer, o maior peixe que tinha apanhado em toda a minha vida, depois de estar “seguro” na mochila a desaparecer na água diante dos meus olhos e eu sem nada poder fazer!

Já não estava em casa a dormir, estava no meio da praia a pescar e tinha acabado de perder o meu recorde pessoal! Apoderou-se de mim uma tristeza enorme, “porque é que não fechaste a mochila? A coisa mais simples do mundo!” Enfim, só depois de elas acontecerem é que pensamos que não podemos facilitar em nada, porque no fim, acaba por fazer toda a diferença. Fechei imediatamente a mochila. Mas agora de que é que serve?!

A minha pesca estava terminada por hoje! Só pensava em voltar para casa e no peixe que tinha perdido. Entretanto continuo a fazer lançamentos e a recuperar sem pensar minimamente no que estava a fazer.

Surge então outro ataque, não era mau mas também não era nem de longe parecido ao outro, coloco-o a seco, peixe a rondar o kg também acabou por vir comigo, fechei a mochila!

Não foi suficiente para recuperar o ânimo, o meu pensamento era só um, “porque é que não fechaste a mochila?!”

Amostra para dentro de água, continuo a pesca e passado outros tantos lançamentos a amostra prende. “Estás na praia, aqui não há pedr…” E ainda não tinha acabado de completar o meu pensamento quando, ZZZZZZZZZZZZZZZZZ… ZZZZZZZZZZZZZZ… ZZZZZZZZZZZZZZ… Esqueço completamente o tal peixe. Abro o drag, fecho o drag, apoderou-se de mim nervosismo tal que já nem sabia para que lado havia de rodar o drag. A adrenalina dispara e ZZZZZZZZZZZZZZZ… ZZZZZZZZZZZZZZ... nunca tinha ferrado nada do género! As minhas pernas tremiam agora que nem varas verdes!

Aquela coisa parecia não querer parar! Começo a recuperar lentamente e a andar para o lado para acompanhar o deslocamento do peixe. Fecho um pouco mais o drag, as corridas já não eram tão fortes e parecia estar a ceder. Passado algum tempo vejo-o pela primeira vez.. era GRANDE! Nunca tinha visto algo assim a não ser em fotos e este estava ali, agarrado á minha amostra! Continuo a tremer por todo o lado e começo a falar comigo mesmo em voz alta. “tem calma Artur, tem calma, tem calma.”

Ali fico algum tempo naquele vai e vem até que ele se aproxima, vou jogar a mão a linha… “NÃO! Já perdeste peixe assim”, e lá vai ele mais uma vez, e lá vem ele outra vez, tento jogar lhe a mão á guelra, não vai à primeira nem à segunda, passado algumas tentativas agarro o e levo-o para terra firme.

Acabaram-se os nervos, estava feita a minha pesca e acabei por bater á mesma o meu recorde!






Acusou 5kg certos e 75cm.

Material:
NBS Master Class 3mt ( A que recebi no torneio)
Shimano Stradic 5000FB
FlashMinnow 130 MR

PS: Dedico este peixe a toda a família PCA e em especial ao Bruno.

Um abraço e boas pescarias