domingo, 2 de janeiro de 2011

Açores - parte 1

Acordei cedo ainda de noite (para variar), à espera da boleia que me levaria ao pesqueiro, que não tardou em chegar. Algum tempo depois encontrava-me sozinho, no meio do nada com uma lanterna na cabeça, junto ao mar a apanhar sustos à medida que os coelhos “levantavam” à minha frente. Continuei a longa caminhada por um trilho que supostamente me levaria ao tal spot.



Aguardei até o dia clarear mais um pouco e comecei a pescar a superfície mas depressa percebi que não me safava, então decidi mudar para uma Maria para sondar o pesqueiro e logo nos primeiros lançamentos, quando a amostra já vinha quase a sair da água, sinto um toque e tento ferrar automaticamente. Vi que era peixe pequeno e pensei logo tratar-se de uma pequena anchova, mas, qual não é o meu espanto quando ao suspender o peixe vinha um sargo pendurado na última fateixa da Maria.



Já tinha ouvido falar de spinning aos sargos, agora, com um jerkbait de 14 cm? Só mesmo nos Açores! Peixes vorazes aqueles…
Bem lá continuei a pesca, e desta vez com uma Duo Surf 130, outro toque, outro sargo, outro toque, e mais um.
Enfim, não tinha acordado cedo para ir apanhar sargos, acabei por mudar de pedra e ainda apanhei uma anchovinha!




Foi um dia estranho este, pelo menos para mim pois nunca me tinha acontecido algo do género.

Um abraço e bom ano novo

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Lobo da Ria

Quando o mar não nos permite pescar, nada melhor que ficar pela ria, refiro me a ria formosa, um sitio onde gosto e costumo pescar.
A Ria formosa é uma área que apresenta uma grande biodiversidade, como tal é rica em comedia, tornando-se um local ideal para os nossos amigos robalos.
Gosto especialmente de pescar à superfície, e no meu caso dou preferência às sammys.
Vou vagueando pela ria em busca de regatos com correntes fortes, encontros de correntes e estruturas, essencialmente quando ocorrem as marés mais vivas e se possível durante a vazante.

Saí cedo de casa e pouco tempo depois já andava á procura de um sítio prometedor. Assim que detecto actividade, amostras para dentro de agua.
Começo a pescar com uma aurora, no entanto sem sucesso e assim que o sol começa a raiar entra a shad americana ao serviço. Ao segundo lançamento vejo dois ataques mal sucedidos que antecedem um terceiro e ai sim, ataque bem sucedido e peixe ferrado.
Como estava a pescar numa zona baixio, o peixe correu que se fartou dando uma luta daquelas engraçadas acabando pouco tempo depois por se render.
Ainda insisti mais um bocado mas sem sucesso.



Acusou 2,3kg

Material:
Shimano Catana
Shimano Stardic
Sammy 115

Um abraço

domingo, 3 de outubro de 2010

Partilha

Olá pessoal, venho apenas partilhar uma das capturas que fiz na última pesca em água doce.

Foi um dos achigãs mais bonitos que já apanhei, com cores vivas e bem definidas.

Não resistiu a uma Rapala original, apenas por curiosidade este foi o primeiro jerkbait que comprei, quando ainda era puto, foi passados uns aninhos que se estreou.





Um abraço e bons releases =)

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Insiste e acredita

Tudo começou no inicio deste verão, com a subida da temperatura das águas e aquelas noites espectaculares, o objectivo desta vez eram as corvinas.

Decidi investir então em material apropriado, cabeçotes, anzóis, chumbos, vinis, vinis e mais vinis, demasiados até, mas no inicio há que experimentar vários materiais e varias técnicas em busca de um resultado de forma a começar a tirar conclusões.

O spot, ainda mais complicado, muitas horas “perdidas”, muito material perdido, muitas grades seguidas, no entanto um único pensamento, insiste!

Foi então que certa noite, numa das várias noites, num dos vários spots, a maré começava a perder a força, estava a encher, no fim, e eu pacientemente animava os meus vinis da maneira que melhor achava. De repente, sinto um esticão forte do outro lado, a cana verga como nunca (era a dropshot, coitadinha), o drag dispara, a linha sai a uma velocidade estonteante e eu mantenho-me imóvel, incrédulo, a agarrar na cana com firmeza, sem perceber bem o que se estava a passar.

Infelizmente, não durou mais de dez segundos, tivesse o tamanho que tivesse, o que nunca saberei, eu não a ferrei e ela abriu a boca!

Senti uma tristeza feliz, apesar de não ter tido sucesso, estava no bom caminho e sentia que estava cada vez mais próximo.

Foi então que chegou o dia, mais uma noite a brincar com os vinis rente ao fundo, até que me lembro de ter visto algo algures sobre senkos, pensei, “não é tarde nem é cedo”, - tenho uns senkos que me foram trazidos dos Estados Unidos, pelo meu avô, mas que raramente os montava, - Optei por monta-lo à Texas e continuar a insistir.

Passado algum tempo, surge o ataque tão esperado. Desta vez, com o drag mais fechado, ferro imediatamente o peixe, este começa a debater-se dando “cabeçadas” mas rapidamente vem até a superfície, ainda dá uma corridinha para o lado, no entanto nada comparável á minha experiencia anterior.

Pouco tempo depois tenho nas mãos a minha primeira corvina, que depois da fotografia voltou para a água para crescer mais uns quilinhos e quem sabe um dia proporcionar uma tristeza feliz a um iniciante como eu!

Moral da história: Insiste e acredita!

Um abraço e bons releases



(desculpem lá a cara de parvo lol)


Material:
Cana: Shimano BeastMaster dropshot 2,70
Carreto: Shimano Stradic 3000FB
Linha: Fire line Crystal 0.17
Amostra: Senko branco

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O encontro

Que esta espécie encostava á nossa costa, muitos o sabiam, mas onde e quando?
Um pouco mais complicado.
Ouviam-se algumas histórias e relatos de grandes pescarias, de ”uma luta nada a ver”, que foram escasseando ao longo dos anos, assim como exemplares capturados, assim como os bons exemplares da maior parte das espécies na nossa costa. E o futuro? Enfim…
Sabia que as probabilidades aumentavam no verão, quando a temperatura da água subia, de alvorada ou ao pôr-do-sol, no sítio “x” ou “y“, e para um simples pescador de robalos como eu habituado a pescar durante todo o ano, ansiava por um tão desejado encontro que podia nunca vir a acontecer.
Queria apenas poder sentir aquela força bruta, e de preferência nas praias onde costumo pescar.
“Bem, talvez um dia”, pensava eu…
E esse dia chegou. Num dia como tantos outros, depois de acordar antes do sol, lá fui até ao mar.
A lua permitia alguma visibilidade e o vento que soprava de costas, aumentava consideravelmente a distância de lançamento das amostras, que ia mudando á medida que o dia clareava.
Foi então que num lançamento longo seguido de uma recuperação lenta com alguns toque de ponteira que sinto uma pancada forte e seca na amostra.
Automaticamente fica ferrado, dispara e o drag começa a cantar.
Não era um robalo certamente, uma luta diferente, energética com corridas e cabeçadas, fosse o que fosse, parecia não se cansar.
Vou recuperando e pouco tempo depois consigo meter a seco o meu primeiro exemplar de anchova.








Material:
Shimano Beast Master BX SEA BASS
Stradic 5000FB
Fireline Crystal 0.17
DUO surf 135

Um abraço

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Serra Algarvia

Em pleno verão, quando abundam as grades e os robalos grandes escasseiam, nada melhor que ir tentar a sorte para águas interiores. Assim sendo, combinei com uns amigos e lá fomos explorar essa serra Algarvia, seguíamos cada placa que dizia “barragem a x metros” e ao fim de umas 4 barragens e muitos quilómetros percorridos, lá demos com eles.
Comecei a pescar com um lagarto “made in china” montado à Texas e a pouco e pouco eles lá iam aparecendo, tudo peixe pequeno mas o importante era ir esticando a linha.
Entretanto o sol começa-se a pôr e começo a notar alguns ataques á superfície, monto um poper e logo no primeiro lançamento ferro mais um pequenote.
Continuo a insistir, vejo uma estrutura e tento confirmar a teoria, lá estava o “pai”, um ataque brutal e o carreto a cantar.
Aqui fica a foto para mais tarde recordar, acusou 0,93kg e como todos os outros foi devolvido são e salvo!





Um abraço e bons releases

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Amuleto da sorte

Como combinado, eram quatro horas quando me encontrei com o bruno, dirigimo-nos para o pesqueiro e por volta das cinco estávamos a lançar amostras.

Fazia-se sentir algum vento que, para além de ser demasiado frio para a época, não favorecia os lançamentos longos, no entanto, íamos insistindo e ainda antes do sol nascer o bruno consegue tirar uns bons exemplares.

Artificiais e mais artificiais, das mais variadas cores, modelos, formas e feitios iam sendo lançados e recuperados, consoante aquele “feeling” que na maior parte das vezes não nos leva a lado nenhum..

O sol elevava-se agora, o dia começava a aquecer, o tempo começava a esgotar-se e a palavra “grade” ecoava na minha cabeça.

Já sem grande esperança, digo ao Bruno que vou voltar para trás, “gasto o meu ultimo feeling” e meto a amostra da fé.

Vou lançando á medida que me desloco, e numa altura em que estava distraído a pensar sabe-se lá no quê, amuletos e coisas… talvez, sinto a linha esticar repentinamente, o carreto começa a cantar aquela musica que só ele sabe e que há muito eu não ouvia.

Vou fechando o drag, no entanto a linha insistia em sair enquanto o peixe afundava na direcção das pedras. Uma decisão tinha de ser tomada e rapidamente. Fecho o drag quase todo e começo a puxar por ele, material e nós a serem postos à prova, afinal de contas, é para situações como esta que devemos andar sempre bem preparados.

Agora cada um puxava para seu lado naquela luta desigual em que muito pode acontecer, mas não tardou até ele chegar a superfície.

O Bruno diz-me, “É um bom peixe!”, eu confirmo e reparo que está mal ferrado, desço rapidamente até junto á agua, agarro-o com firmeza e acabam-se os nervos.

O meu sorriso não escondia agora aquela felicidade… de uma boa captura.

Depois de dois meses em que as saídas de pesca foram raras, algumas grades e alguns exemplares de pequenos porte capturados, eis que capturei um tão procurado exemplar digno de registo.




Um abraço,
Artur Rodrigues