segunda-feira, 21 de junho de 2010

Amuleto da sorte

Como combinado, eram quatro horas quando me encontrei com o bruno, dirigimo-nos para o pesqueiro e por volta das cinco estávamos a lançar amostras.

Fazia-se sentir algum vento que, para além de ser demasiado frio para a época, não favorecia os lançamentos longos, no entanto, íamos insistindo e ainda antes do sol nascer o bruno consegue tirar uns bons exemplares.

Artificiais e mais artificiais, das mais variadas cores, modelos, formas e feitios iam sendo lançados e recuperados, consoante aquele “feeling” que na maior parte das vezes não nos leva a lado nenhum..

O sol elevava-se agora, o dia começava a aquecer, o tempo começava a esgotar-se e a palavra “grade” ecoava na minha cabeça.

Já sem grande esperança, digo ao Bruno que vou voltar para trás, “gasto o meu ultimo feeling” e meto a amostra da fé.

Vou lançando á medida que me desloco, e numa altura em que estava distraído a pensar sabe-se lá no quê, amuletos e coisas… talvez, sinto a linha esticar repentinamente, o carreto começa a cantar aquela musica que só ele sabe e que há muito eu não ouvia.

Vou fechando o drag, no entanto a linha insistia em sair enquanto o peixe afundava na direcção das pedras. Uma decisão tinha de ser tomada e rapidamente. Fecho o drag quase todo e começo a puxar por ele, material e nós a serem postos à prova, afinal de contas, é para situações como esta que devemos andar sempre bem preparados.

Agora cada um puxava para seu lado naquela luta desigual em que muito pode acontecer, mas não tardou até ele chegar a superfície.

O Bruno diz-me, “É um bom peixe!”, eu confirmo e reparo que está mal ferrado, desço rapidamente até junto á agua, agarro-o com firmeza e acabam-se os nervos.

O meu sorriso não escondia agora aquela felicidade… de uma boa captura.

Depois de dois meses em que as saídas de pesca foram raras, algumas grades e alguns exemplares de pequenos porte capturados, eis que capturei um tão procurado exemplar digno de registo.




Um abraço,
Artur Rodrigues